Nas peladas queria
ser zagueiro, mas a sua altura não ajudava. Depois foi jogar no ataque,
nas extremas e conseguiu destaque, numa das grandes esquipes do nosso
futebol. Foi duas vezes campeão e, por intermédio do futebol, arranjou
um bom emprego. Com a mesma fisionomia de garoto e o mesmo físico,
gozando de uma razoável aposentadoria, que dá muito bem para viver, até
pouco tempo andou as voltas com a bola, participando de peladas nos
finais de semana ao lado de antigos companheiros das décadas de 50 e
60.
Horácio Rodrigues do Nascimento Neto, nascido a 27 de junho de 1938, o neguinho Horácio, como carinhosamente era chamado pela torcida do Rio Negro, criou-se no bairro da Cachoeirinha, jogando peladas no campo do Ipiranga, com a camisa do time do Waupés, recebendo alguns ensinamentos do pedreiro Climério, que sempre juntava a garotada para o bate-bola, dentre eles, Miguel Batará, Cleber, Ofir e Roberto Pimenta.
De zagueiro não dava e resolveu ir jogar na frente. Muito rápido, bom no drible, um dia foi levado pelo seu primo Guilherme Lapa, para treinar no Olímpico, reorganizado pelo Zulândio Pinheiro.
Ficou muito tempo no clube dos cinco aros, jogando ao lado de Quinha, Jacob, Purgante, Jander Cabral, Belini, Lourenço, Jofre e do falecido desembargador, aposentado, Kid Mendes, que era o goleiro. Corria o ano de 1957 e tem lembrança da grande goleada que seu time aplicou no Independência, por 14 a 1, com o atacante Quinha fazendo 9 gols.
O Olímpico extinguiu seu departamento de futebol e Zulândio levou Horário para jogar no time do Educandos que estava na primeira divisão, mas só ficou uma temporada, porque o antigo zagueiro rionegrino Tabosa dos Reis convidou-o para jogar pelo Rio Negro, que estava se reorganizando para voltar ao futebol. Não pensou duas vezes, pois em troca teria um bom emprego federal, no antigo INPS.
O primeiro título de Horácio aconteceu em 1962, vestindo a camisa do Rio Negro que tinha na sua direção de futebol o velho Josué Cláudio de Souza. A decisiva foi contra o Nacional e uma vitória de 2×1, isto já no mês de janeiro de 1963. O time base era formado por Pedro Brasil, ou Chicão, Bolôlô e Raimundo Mário; Fernando, Catita e Eudóxio; Horácio, Thomaz, Aírton, Dermilson e Orlando Rebelo, um time dirigido por Cláudio Coelho.
Na de 1960, jogavam Simões, Jaime Costa, Gatinho, Zamundo, Jaime Basilio, Orlando Mineiro, Tucupí, Dermilson, Gordinho, Hugo e ele na ponta.
Na de 1962, jogavam Pedro Brasil, Boanerges, Waldir Lima, Zamundo, Sula, Vanderlann, Aírton, Tomaz, Santarém, Dermilson e ele formando na esquerda.
Um jogador duro, mas leal, Horácio encontrou no futebol local. Era o nacionalino Boanerges, o símbolo da raça, que jogava por amor à camisa, embora de pavio um pouco curto, pois não admitia ser driblado. Tinha um sentido de recuperação fabuloso e logo se recuperava de uma jogada perdida.
Horácio defendeu o Rio Negro até 1967. Seu derradeiro jogo vestindo a camisa barriga-preta ocorreu contra o Nacional, (1 a 1), no dia 11 de junho, no campo da Colina, num jogo com recorde de público até então. Nesse seu “adeus”, o Rio Negro jogou com Clovis, Caboré, Edson Ângelo (Jayme Basilio), Catita e Damasceno; Ademir e Rolinha; Rubens, Sabá, Thomaz e Horácio.
Depois desse jogo, parou por causa de uma exigência do então treinador Osvaldinho, que falou para ele: “ou treina como os outros ou fica no seu emprego. Preferiu ficar no emprego”. Seu posto passou a ser ocupado pelo também baixinho Paulinho que ficou como titular muito tempo e com bom destaque.
“O neguinho Horácio” não se importava quando era assim chamado. Um jogador de certa elegância dentro e fora de campo. Veste-se muito bem, cabelos cuidados e sapatos sempre brilhando. Educado no falar e no modo de agir. Continua o mesmo cavalheiro de sempre. Pai de vários filhos, todos já crescido, feliz com o grande numero de amigos que reuniu durante sua vivência no futebol.
Horácio Rodrigues do Nascimento Neto, nascido a 27 de junho de 1938, o neguinho Horácio, como carinhosamente era chamado pela torcida do Rio Negro, criou-se no bairro da Cachoeirinha, jogando peladas no campo do Ipiranga, com a camisa do time do Waupés, recebendo alguns ensinamentos do pedreiro Climério, que sempre juntava a garotada para o bate-bola, dentre eles, Miguel Batará, Cleber, Ofir e Roberto Pimenta.
De zagueiro não dava e resolveu ir jogar na frente. Muito rápido, bom no drible, um dia foi levado pelo seu primo Guilherme Lapa, para treinar no Olímpico, reorganizado pelo Zulândio Pinheiro.
Ficou muito tempo no clube dos cinco aros, jogando ao lado de Quinha, Jacob, Purgante, Jander Cabral, Belini, Lourenço, Jofre e do falecido desembargador, aposentado, Kid Mendes, que era o goleiro. Corria o ano de 1957 e tem lembrança da grande goleada que seu time aplicou no Independência, por 14 a 1, com o atacante Quinha fazendo 9 gols.
O Olímpico extinguiu seu departamento de futebol e Zulândio levou Horário para jogar no time do Educandos que estava na primeira divisão, mas só ficou uma temporada, porque o antigo zagueiro rionegrino Tabosa dos Reis convidou-o para jogar pelo Rio Negro, que estava se reorganizando para voltar ao futebol. Não pensou duas vezes, pois em troca teria um bom emprego federal, no antigo INPS.
O primeiro título de Horácio aconteceu em 1962, vestindo a camisa do Rio Negro que tinha na sua direção de futebol o velho Josué Cláudio de Souza. A decisiva foi contra o Nacional e uma vitória de 2×1, isto já no mês de janeiro de 1963. O time base era formado por Pedro Brasil, ou Chicão, Bolôlô e Raimundo Mário; Fernando, Catita e Eudóxio; Horácio, Thomaz, Aírton, Dermilson e Orlando Rebelo, um time dirigido por Cláudio Coelho.
Na Seleção
Em grande fase, Horácio foi convocado duas vezes para a Seleção do Amazonas, participante do Campeonato Brasileiro de 1960 e de 1962, na primeira jogando contra o Pará e na segunda, contra os Territórios e o Maranhão.Na de 1960, jogavam Simões, Jaime Costa, Gatinho, Zamundo, Jaime Basilio, Orlando Mineiro, Tucupí, Dermilson, Gordinho, Hugo e ele na ponta.
Na de 1962, jogavam Pedro Brasil, Boanerges, Waldir Lima, Zamundo, Sula, Vanderlann, Aírton, Tomaz, Santarém, Dermilson e ele formando na esquerda.
Um jogador duro, mas leal, Horácio encontrou no futebol local. Era o nacionalino Boanerges, o símbolo da raça, que jogava por amor à camisa, embora de pavio um pouco curto, pois não admitia ser driblado. Tinha um sentido de recuperação fabuloso e logo se recuperava de uma jogada perdida.
Outra vez campeão
Em 1965, sempre como titular, Horácio foi outra vez campeão pelo Rio Negro, ainda sob o comando de Cláudio Coelho. A decisão outra vez contra o Nacional, num super reunindo também o Fast. O Rio Negro venceu os dois jogos: Contra o Fast 1 a 0;. No dia 6 de fevereiro de 1966, no Parque, com arbitragem do paraense Sena Muniz, contratado para dirigir esse jogo, em grande tarde, venceu fácil por 4 a 1 o último gol foi seu. Sabá Burro Preto fez dois e Ademir de penal, outro. O time campeão formou com Clovis, Valdér, Edson Ângelo, Catita e Damasceno; Ademir e Rubens; Nonato, Sabá Burro Preto, Thomaz e Horácio.Horácio defendeu o Rio Negro até 1967. Seu derradeiro jogo vestindo a camisa barriga-preta ocorreu contra o Nacional, (1 a 1), no dia 11 de junho, no campo da Colina, num jogo com recorde de público até então. Nesse seu “adeus”, o Rio Negro jogou com Clovis, Caboré, Edson Ângelo (Jayme Basilio), Catita e Damasceno; Ademir e Rolinha; Rubens, Sabá, Thomaz e Horácio.
Depois desse jogo, parou por causa de uma exigência do então treinador Osvaldinho, que falou para ele: “ou treina como os outros ou fica no seu emprego. Preferiu ficar no emprego”. Seu posto passou a ser ocupado pelo também baixinho Paulinho que ficou como titular muito tempo e com bom destaque.
“O neguinho Horácio” não se importava quando era assim chamado. Um jogador de certa elegância dentro e fora de campo. Veste-se muito bem, cabelos cuidados e sapatos sempre brilhando. Educado no falar e no modo de agir. Continua o mesmo cavalheiro de sempre. Pai de vários filhos, todos já crescido, feliz com o grande numero de amigos que reuniu durante sua vivência no futebol.
Fonte: Carlos Zamith / Blog Baú Velho