Depoimento do diretor do futebol


Rio Negro poderá não participar do campeonato

No ano do centenário, o Rio Negro poderá não disputar o campeonato amazonense de 2013. A informação partiu do Diretor de Futebol do clube, Waldir Paes Landim: “Estamos dando uma sobrevida aos projetos de captação de parcerias até o dia 10 de janeiro. Elaboramos um projeto detalhado, e desde setembro, visitamos mais de 40 empresas pedindo apoio. Caso nenhuma parceria se concretize, devolverei o cargo de Diretor de Futebol ao Presidente do clube, Eymar Gondim, frustrando não apenas o grupo de apoiadores comprometidos com o projeto, como também a torcida rionegrina”, sentenciou.
Das metas estabelecidas para a captação de recursos, o dirigente afirma que o grupo de apoiadores atingiu o equivalente à 52% do total necessário a formação de uma equipe competitiva, o que não dá segurança financeira para todo o campeonato. “Não queremos que o clube passe de novo pelos problemas que teve neste ultimo campeonato, como atraso de salários e até mesmo falta de material de treinamento, que foi uma situação muito desgastante para os atletas e comissão técnica e prejudicou a imagem do clube”.
Quanto ao grande clássico do futebol amazonense, o Rio-Nal, Landim afirma que será lamentável se não ocorrer, porém ressalta que um clube com a tradição do Rio Negro, não pode se submeter a ser um mero coadjuvante. “Estamos vendo o rival anunciar pesados investimentos. Há uma mobilização muito grande, ostensiva até, no sentido de ajudar o Nacional que sempre contou com recursos abundantes. E o Rio Negro, em pleno centenário, não pode se prestar à lustrar e legitimar o título do rival. Infelizmente, rionegrinos ilustres que poderiam e deveriam contribuir para o ressurgimento do Rio Negro, estão de costas para o clube”.
Outro aspecto assinalado por Landim é a diferença no tratamento que é dado para o carnaval e ao futebol. Enquanto o carnaval receberá R$ 4,6 mil e esse incentivo do poder público é aplaudido por toda a sociedade, quando se fala em ajudar os clubes de futebol a historia é outra. E como se o esporte fosse um filho bastardo, como se a ajuda a essa mais que legítima manifestação da cultura brasileira fosse algo ilegal. “Não bastasse isso, ainda temos que ouvir que nosso futebol é desorganizado, os dirigentes são amadores, etc. Não estamos sendo contra o apoio dado as escolas de samba, O que queremos é um tratamento isonômico e mais justo, até porque o campeonato estadual dura pelo menos quatro meses, envolve a prática salutar do esporte nas categorias de base e os clubes mantém atividades durante todo o ano”, salientou Landim.
O time hoje está em formação sob o comando do técnico Iane Geber, que está mantendo contato com jogadores e, caso até o dia 10 de janeiro não se confirmem as parcerias, ficará livre para seguir o seu caminho. “Não podemos prender um profissional como o Iane, sem ter a perspectiva de fazer as contratações que ele está solicitando. Ele também quer este título tanto quanto nós”, finalizou o dirigente